O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
Tatiane Simone Campos Magalhães.
A identidade do professor do ensino superior se constrói na sua qualidade formal (GREZZANA, SILVA, 2009), em suas relações de reciprocidade com o outro (discentes, docentes, coordenação e comunidade), na racionalidade e experiências adquiridas em seu processo sócio-histórico (FARIAS, 2009).
Um professor de sucesso na Universidade é aquele que desenvolve pesquisas relevantes, expande seus saberes, planeja sua disciplina e a adequa à realidade do aluno (DeAQUINO, 2007), que adapta o conteúdo da sua ementa às inovações relativas ao curso e a realidade do mercado de trabalho. Também é aquele que compreende e usa adequadamente as estratégias pedagógicas.
Além do domínio do conteúdo, é necessário que ele tenha também o domínio das habilidades didáticas, das relações situacionais, ser criativo, coerente e ponderado, perfil este que nem sempre se atribui ao pesquisador. Sua formação deve ser de pós-graduação lato sensu (especialização) e prioritariamente stricto sensu (mestrado e doutorado) segundo o artigo 66 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de n. 9.394/1996.
O professor precisa ser interativo, organizado, estratégico, mediador, promotor e incentivador. Ele pode adquirir esses novos saberes – os quais não estão disponibilizados na sua formação inicial – na releitura das suas experiências (em sala de aula) por meio de uma autoavaliação (HAIDT, 1995), na investigação das publicações sobre as tendências pedagógicas, em cursos de aperfeiçoamento e capacitação profissional.
Considerando as demandas econômicas, sociais, políticas e culturais o trabalho do professor necessita se focar nas suas ações que priorizem a comunidade, as quais promovam a renovação das perspectivas do aluno e melhorem a qualidade do ensino e consequentemente da aprendizagem. (MASETTO, 1998). Este precisa favorecer a pesquisa de cunho ontológico, epistemológico e praxiológico. Instâncias que se complementam e fortalecem a prática pedagógica e investigativa coerente, consistente e rigorosa (GREZZANA, SILVA, 2009).
Em uma conjuntura na qual a comunidade prioriza o consumo, transformando-se em sociedade líquida, o professor necessita ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem do aluno (GREZZANA, SILVA, 2009), levando-o a uma postura crítica e reflexiva do seu meio. É sua tarefa a de agregar e sistematizar as funções psicológicas superiores do aluno as quais oportunizam um crescimento da sua autonomia, oportunizando-o a realizar ações produtivas que transformam a sua realidade social. É exigido ainda que do docente do ensino superior seja flexível e saiba lidar com os imprevistos (PIMENTA, 2009).
No entanto, o profissional do ensino superior tenta realizar todas as atribuições relativas à sua função, mediante um cenário caótico e desestruturado, o qual não o estimula na produtividade e criatividade, tendo este que se sobressair de todos os entraves pertinentes a sua profissão.
REFERÊNCIAS
DeAQUINO, Carlos T. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem. São Paulo: Peaison Prentice Hall, 2007.
GREZZANA, José F.; SILVA, Sidinei P. Pesquisa como princípio avaliativo. Curitiba: IBPEX, 2009.
HAIDT, R. C. Curso de didática geral. 2. ed. São Paulo: Ática, 1995.
MASETTO, M.T. Professor universitário: um profissional da educação na atividade docente. In: Docência na universidade, Campinas: Papirus, 1998.
PIMENTA, Selma G. A profissão professor universitário: processo de construção da identidade docente. In: CUNHA, Mari I. et e al. (org). Docência universitária: profissionalização e práticas educativas. Feira de Santana: UFES Editora, 2009.


